sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Conheça o meu trabalho! Sejam bem vindos todos vocês!



Para quem não conhece meus escritos, meus livros, contos que saem em diversos livros; folhetos, jornais, circulares internas educacionais de empresas, net, correntes de email, etc... aqui está um deles, este foi escrito faz 5 anos!
 
Escrevi por muito tempo usando diversos pseudônimos. Fui muito plagiada e ainda sou; e creio que serei, mas não me revolto com isso; o dinheiro  que ganham disto não me interessa, pois quando um escritor  plagia o outro, isso significa que alguém; ou seja, o outro escritor, o  plagiador, se suicidou! Para enfim, dar vida à aquele que ele plagiou. É assim que viajei e viajo no plagiado  nas estantes e nas leituras em tantos lugares.
 
Quem faz plagio, esparrama o autor original nos quatro quantos do mundo e o mundo sabe ler as digitais de um escritor. Pode passar anos, mas reconhecerão o dono das obras. Foi, e é meu caso, esperei por  22 anos de silêncio do meu nome verdadeiro. E hoje agradeço a todos os suicidas que me plagiaram.
 
Agradeço a todos vocês que leem o que escrevo nos quatro cantos do mundo, e estão sempre interagindo com minhas palavras. Agradeço a todos que me divulgam, pois, mesmo antes de eu me mostrar  publicamente, muitos já me reconheciam e me testavam para eu aparecer! Obrigada a todos vocês por tudo! 
 
Net, é net; nada fica escondido do dono; como diria um jornalista (que se identificou como Jonas) que me acompanha há 12 anos!
 
Um abraço a ti Jonas, e se estiver a ler isto, e quiser aparecer, não se sinta obrigado, mas terei o prazer em tirar uma foto contigo lhe agradecer por tudo, depois a gente  "guardar a foto para a posteridade", como diz um outro grande jornalista; que foi meu aluno, o Wilson Isaias, frase dele quando tiramos uma foto da turma!
 
Um abraço a todos!
 
 
Boa leitura.


Conto:

A batida do relógio

 

_ Eram cinco e meia da manhã quando ele acordou. Enrolado em um cobertor macio, quente e felpudo, rolava no leito de um lado para o outro. A cama já gasta por seus diversos moradores de outras épocas,  não podia mais suportar movimentos sem rangi. A vida a influir na condição de um ser vivente. Insistentemente, a cama fazia aquele não tão desagradável barulho de cama antiga, pois ela rompia o silêncio daquele quarto. O barulho era tudo que ele tinha em sua companhia.

Abrindo os olhos, vagarosamente tateou a cama, estendeu o braço cansado e encontrou  a  mesinha de cabeceira que ali estava a sua espera. Apalpou vagarosamente a mão sobre mesma; em um tatear sem fim, mãos trêmulas que finalmente se deparou com o seu relógio de pulso. Relógio este, que: em horas anteriores lhe incomodava o magro braço e por isso fora retirado!

Com os olhos miúdos de sono, quase se fechando naquelas pálpebras caídas pelo tempo; teimava em enxergar às horas como se ainda pudesse ver os ponteiros sem o auxilio dos brilhantes portais para o mundo. Os olhos, teimosos se fecharam em protesto, não podiam mais ver tão pequenos ponteiros; e estavam ansiosos  pelo sono perdido.

Com muito custo, abriu mais uma vez os olhos expondo suas meninas à penumbra do quarto pequeno e solitário. Local decorado exclusivamente por uma cama e uma mesinha. Colocou a mão em baixo do travesseiro, procurou  por algumas vezes e finalmente encontrou seu portal brilhante. Apanhou-o. Eram seus óculos, as únicas ferramentas que lhe completava a pouca visão que restara.

Colocando-o no rosto, finalmente pode ver os ponteiros do relógio. Ponteiros que apressados giravam como se nunca fossem parar. Pensou por um instante em pará-los. Seria bom que o tempo ficasse ali naquele pequeno instante da vida. Queria ele, por mais alguns minutos que fossem, permanecer ali  na cama e segurar-se nela. Estava com sono pela noite mal dormida. Algumas azias, e muitas dores lhe acompanharam durante toda a madrugada. Oh Canto da vida! Detalhes de sorte malvada! Amor na vida pra morte! A solidão bateu forte.

Com o relógio em observação, ele finalmente concluiu ser cinco e meia da manhã.  Olhou através da janela entre aberta e pode ver o dia nascendo. Um céu vermelho que chegava devagar; uma aurora inesquecível pairava lá fora. Misteriosamente as nuvens do céu conversavam em silêncio profundo. Era mais noite do que dia! Por mais que amanhecesse, lentamente, a escuridão lhe chegava. Neste horário, como de costume, o galo cantaria; mas lamentavelmente ele não cantou!

O silêncio era majestoso, ninguém chorava por dores, ninguém transitava nos corredores. Ninguém no pátio. Tudo estava lento e rápido demais, pois os ponteiros não paravam de bater. Levantou-se vagarosamente da cama; com muita dificuldade para se apoiar nas pernas que já estavam tremulas e fragilizadas por mazelas. Caminhou a passos lentos em direção a janela, abriu-a um pouco mais, olhou por ela,  viu uma única luz acesa bem distante de seu aposento. Era a luz da recepção.

Queria o mundo! Via-se então! Coração já miúdo. A partida na mão! Observou um único vivente, tratava-se daquele que no momento entregava o jornal. A vida; quebrou o silêncio e rompeu seus ouvidos calados. O silêncio foi quebrado quando se ouviu o toque do jornal ao chão. Caiu do lado de dentro da recepção. Era o jornal do dia. Era uma vida que agia! Era um corpo que se movia. Mas o homem foi-se embora. Voltou a reinar o silêncio!

Em passos lentos continuou a observar tudo; ergueu o pescoço um pouco mais e pode ver a rua deserta do outro lado da grade do portão. A cama chamava por seu corpo, tinha que voltar; as pernas já pediam descanso. Vagarosamente caminhou até lá, deixando para traz a janela solitária que observava o pátio. Na mente, ele imaginava quais seriam as noticias do jornal naquela manhã. Queria tanto ler aquele jornal! Fora habito durante uma vida. E as mazelas atrevidas. Em uma vida sem saída. Os prazeres e a lida. Há o dia que se finda!

Já de volta aos aposentos, sentou-se  naquela cama macia pelo tempo de uso. Ouviu os gemidos da pobre cama que: lamentava, sofria,  e chorava o peso dos que se foram em tantos dias. Tentou não feri-la mais uma vez. Carinhosamente, passou a mão sobre a cama lhe acariciando num gesto fraternal, tentava consola-la. Agradeceu-lhe todos os ruídos que ajudaram a quebrar o último silêncio. Consolou a acolhedora de tantos corpos. Deitou-se coberto de paz . Ao corpo que insistente já não se faz. Pedia, descanse em paz.

Olhou para o teto e nada viu; a aurora ficou lá do lado de fora. Ali, apenas  a penumbra, nada mais! Pensou em se levantar novamente; quis um pouco mais daquele dia, quis ver aquele céu. Precisava ouvir o galo cantar! Poderia começar o dia antes de todos. Mas, a cama, era a única que poderia lhe ver, era ela, quem lhe quebrava o silêncio, apenas ela, lhe escutava a tamanha solidão. Ambos se faziam companhia.  Teve medo então! Achou por bem continuar deitado. Ficou acompanhado. Retirou os óculos, rompeu seu portal para o mundo, a penumbra aumentou.

Levando a mão totalmente cega, recolocou os óculos cuidadosamente embaixo do travesseiro. Voltou a tatear a mesinha onde depositou pela última vez seu rolex; uma bela peça, um pequenino resultado parcial de muitos anos de luta e suor; era feito de ouro dezoito cravejado de diamantes. Era a lembrança viva de uma vida feita com muito trabalho e honra. Acomodou a cabeça sobre o travesseiro, suspirou bem fundo. E o silêncio dominou aquele quarto. Olhou por mais uma vez a janela solitária. Fechou lentamente os olhos, guardou suas meninas já anciãs. Cruzou as mãos em cima do peito; facilitou assim a ocasião.  

Dormiu como nunca! O incômodo das dores despediu-se. Não escutou o choro; não viu os plantonistas trocarem o plantão. O brilho do sol não veio até seus olhos! Não ouviu o seu único filho dizer:

 _Pai, porque eu o trouxe para morar aqui? Acorde meu pai! Perdoa-me. Eu ainda preciso de você!
 
Parabéns você descobriu este conto que te conto!

Luciene Rroques
 
Um grande abraço a todos!

7 comentários:

Ivone disse...

Que lindo conto, amei ler, ainda estou aqui com as lágrimas a escorrer, tocou-me profundamente, lembrei do meu pai,ele morreu suavemente, não tive nem tempo de lhe dizer adeus,não estava acamado, ainda me parecia que viveria bem mais, era forte, mas o coração, ah, esse que às vezes nos prega peças, ninguém sabe quando chega a hora de descansar de verdade!
Sensível escritora Luciene,também penso como você sobre o plágio, quem plagia não tem nada em si, é vazio, sem querer louva o plagiado!
Um abraços bem apertado para você!

Louraini Christmann - Lola disse...

Gostei de ler o teu conto.
A leitura fui com facilidade.
Dá vontade de continuar.
Parabéns.

Claudio Chamun disse...

É uma pena que tenha plagiadores que se aproveitam da arte dos outros para se vangloriar.
Por outro lado, só é plagiado o que vale a pena, mas que é ruim é.
Sempre que eu pego um trecho de alguém ou uma ideia eu dou os devidos créditos.

Boa semana.

Ahh, gostei do texto e o Encontro no aeroporto continua lá no blog.

Abraço.

Solange disse...

Oi Lu, desculpe minha ausência neste seu encantador e inteligente cantinho. Não estive bem de saúde, mas estou retornando com a Fé em Deus. Beijos
Sol

Luciene Rroques disse...

Ivone;
Louraini;
Claudio;
Solange;

Agradeço a todos vocês pelas palavras. Tenham uma excelente semana.

Um grande abraço a todos!

É Comigo??? disse...

Interessantemente audiovisual!Muito bom!

Luciene Rroques disse...

É comigo.
Agradeço as palavras.
Um feliz final de ano, e um excelente 2014 a você e todos os teus.
Um grande abraço!