sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Os contos secretos




AGENTE 007

Otaviano Simplício Nonato Betoven Fonseca, era este o nome de batismo do 007. Após anos de guerra fria decidiu assumir de vez o seu lugar ao sol, melhor dizendo: o seu lugar a sombra. O moço de feições belas e não tanto de meter medo nos guerrilheiros, passava despercebido dentro da multidão se não fosse por um detalhe: tinha os cabelos lisos e caiam sobre os olhos, olhos estes de verdadeira águia no exercito de galinhas. Canja boa na guerra é adversário ao molho pardo pensava – pensava sempre.


Como era de hábito de 007, tomar café da manhã no Nepal. Sentava-se na primeira fileira logo cedinho. A grande fila de sempre, a fila de cadeiras; estas por sua vez tinham muito a acrescentar, sabiam de tudo que se passava no nepa. Assim carinhosamente chamado o café expresso. Aquele café tinha aroma de democracia, era o melhor café que qualquer ser vivente pudesse tomar. Toda manhã lá estava 007; embebedando-se do preto da vida ao lado de Buda. Digo ao lado, sim, eu disse ao lado! Napoleão também era contemporâneo e quem discordasse, certeza que já no outro dia não sentaria naquela mesa; e nem mesmo, tomariam café junto com todos.
A guerra acontecia a passos largos, estradas eram tomadas pela grande sabedoria humana. Os galhos da vida, eram simplesmente ao acaso cortados no tronco. Perdiam as bases e logo caiam ao chão. Mas não há nada que seja tão belo quanto um galho de árvore que caia ao chão. Eles, os galhos, possuem a crendice verdadeira da grande guerra. Os galhos são o alimento da terra. Quando caem ao chão: a terra vai os engolindo, se deglute de sua essência e alimenta a alma, e aparência do mundo - se torna verde. Mas ali naquela mesa de café, no Nepal, todos concordavam com a grande teoria da guerra. Foi quando em súbito e rompante desejo de papilar adentra a sala o mestre: Onorácio Vicentino Augustos Cruz de Alcântara Silva. Otaviano olhou para os lados e viu quando Buda atento pediu a explicação: - Senhor, hoje explica-nos o motivo da guerra? – aguardou com olhos bem abertos, pela resposta. O homem de feições guerrilheiras, nada se parecia com 007, simplesmente ressaltou: - A guerra não se explica, ela existe senhor Buda!
A explicação, no entanto, não fora das mais convincentes. Dado alguns três segundos - foi quando o pobre diabo sentado na mesa ao lado, entrou na conversa: - Senhor Cruz; mas se existe a guerra porque os soldados nunca aparecem por aqui? Augustos sorriu; e continuou a explicar: Aparecem claro. Veja o senhor 007, um homem distinto, digno de feições aristocráticas, um belo e bondoso agente da guerra. O pobre diabo meteu-se a mudo e de nada mais quis falar. Calou de súbito a partitura a qual nem mesmo começou a tocar. 007 vendo tal situação entre os senhores da mesa, interveio: - Quereis vós senhores de puro saber entender a grande guerra?



Os convivas ali presentes; todos com os olhos atentos, olhou na direção de 007. Finalmente o motivo da guerra seria esclarecido, quem senão ele: ele mesmo, apenas ele era o conhecedor de todas as verdades, ele era a profusão do pensamento bendito associado ao neutralismo medieval, cuminado ao céu da boca. Calou todos à mesa. Atentos ouvintes esperavam pela resposta; em instantes as águas do Nepal foram cortadas a espada; e o silêncio fino, rompido por uma enfermeira: que trazia as boas novas:
- Bom dia senhores!
Todos ali lhe responderam: - Bom dia! O coro pareceu recital natalino, foi perfeita a sincronia dos senhores à mesa. A enfermeira prossegue: - Hora das explicações da tática de guerra. Tegretol 0800 a todos os senhores feridos na batalha; amanhã, caros senhores, a luta continua para todos os soldados!


Parabéns você descobriu mais um conto!




Marta C. Lisboa, eu agradeço as palavras suas, fazemos o que podemos, escrever é dom lapidado, ninguém nasce sabendo, somos pedra bruta, no entanto, se pode nascer querendo aprender, dai todos são iguais. Não escrevo bem, sou aprendiz de: ver, tentar entender, pesquisar e escrever. Não julgue-me tão inteligente, eu diria que: só me esforço para tentar entender do que faço parte, só isso. De qualquer modo, sinto-me lisonjeada e feliz pelos emails de teus alunos e teu email. Obrigada.


Este conto, minha forma de lhe agradecer.


Adriana Antunes Polak, este também é dedicado a você que tanto apreciou o anterior, Mulher Nua. Muito obrigada por todas as palavras suas.


Um abraço a todos!

5 comentários:

Adriana Antunes Polak disse...

Mais um daqueles! Não me canso de te ler, aprender... Você merece todo meu respeito e admiração. Parabéns!

Para toda guerra só resta TEGRETOL, hospício... E os personagens, primeiro eu ri, depois refleti.
Pura reflexão.

Beijos.

Bento Sales disse...

Oi, Luciene!

Pela sua resenha, percebe-se que o livro é valoroso. É uma ótima apresentação.
Gosto muito de sobre novos autores e pensamentos.

Obrigado por compartilhar conosco!

Abraços!

Mery disse...

Amei...
relatas bem o conto e é *bom de ler, prende a *gente no enredo...
Adoro a Adriana, também a sigo e seguirei você, com prazer...
És professora?
Sou uma professorinha de alfabetização no município do Rio de Janeiro, não vi ainda teu perfil...
Te mando um forte abraço e um beijinho, tens cara de ser bem jovem.
Te convido a visitar meu blog, será um prazer.
Mery*...Bom feriado!

Anônimo disse...

Luciene você tem um defeito, achei,escritora egoista assumida, nem adianta negar, tem que ser um defeito escrever tão bem assim e guardar do mundo.
E depois vem os maxistas dizer que mulher bonita não é inteligente? Discordo, nós mulheres somos capazes sim, de escrever alem das flores e do vento.
Perfeito o Agente 007.
Conversa furada inteligencia não combinar com beleza externa e a interna,voce é uma bela escritora em todos os sentidos, a literatura brasileira e todos os bons leitores agradecem. Posta as fotos o mundo quer te ver brilhar menina, concordo com o Romualdo lá no blog dele, você é especial sim!
Para mim sem defeitos a escritora egoista!
Um abraço carinhoso.
Ana Maria, SP, sua fã já há tempos!

Luciene Rroques disse...

Ana Maria, muito obrigada pela atenção e carinho de sempre, tentei responder teu email mais não consegui, por favor me mande outro email ou verifique o endereço; me mande novo email por favor.
Um abraço!